sexta-feira, 27 de setembro de 2013

EXPLOSÃO NA ISCA MARIPOSA!!!

VOCÊ PROCURA UMA ISCA QUE, ALÉM DE NÃO ENROSCAR TENHA O PODER DE ATRAIR TRAÍRAS PARA A SUPERFÍCIE? A RESPOSTA PODE ESTAR NA AÇÃO “IRRITANTE” DE UM BARULHENTO BUZZBAIT.
Ótima isca pra levantar a mais renitente traíra dorminhoca
À primeira vista, o pescador que não está familiarizado ao buzzbait pode até confundi-lo com o spinnerbait. Conceitualmente, no entanto, são iscas diferentes, principalmente no que se refere à profundidade de atuação: os buzzbait são projetados para trabalhar eminentemente na superfície, o que pode ser percebido pelo desenho diferenciado de seu arame e sua(s) hélice(s). E é ao ser tracionada na flor d’água que essa isca mostra seu grande diferencial: uma perturbação constante na superfície, conjugada com barulho e com uma ação que, dependendo da intensidade do recolhimento, levanta bastante água e é capaz de trazer à tona o mais preguiçoso dos peixes.
Bela Hoplias no Buzzbait

Dentre as diversas espécies predadoras que temos à disposição em nossos ambientes de água doce, podemos destacar as violentas traíras e os astutos Black Basses como peixes com alto potencial para atacar um buzzbait. Ambos são predadores que costumam atacar vorazmente iscas que, ao adentrarem seu território, são reconhecidas como intrusas e tratadas como tal, ou seja, atacadas de imediato. É o caso deste tipo de isca, cujo ruído e vibração são percebidos através da linha lateral dos peixes, órgão sensorial que muitas vezes chega a ser mais significativo que sua própria visão.


RÁPIDO E VELOZ
Quando comecei a pescar com buzzbaits, costumava recolhê-los em velocidade bem baixa, suficiente apenas para que a hélice girasse vagarosamente na superfície. Após algum tempo, percebi que acelerando o recolhimento poderia instigar mais os peixes em determinados momentos, provocando ataques certeiros e violentos. Outra vantagem é poder realizar mais arremessos num mesmo intervalo de tempo,  cobrindo maiores áreas de pesca. Da mesma forma, é possível “frear” o trabalho, reduzindo o giro da manivela quando um peixe persegue a isca ou mesmo quando erra o primeiro bote.


Trabalho: uma medida necessária para pescar com buzzbaits, não importa o modelo, é iniciar o recolhimento assim que a isca toca a água. Caso afunde, além de não trabalhar da forma correta, ela pode enroscar em algum obstáculo. Parar repentinamente não é interessante, mas reduzir a velocidade é um artifício válido em situações como as descritas acima.



Ponto de pesca: é importante que estes não sejam muito fechados por estruturas. São ideais, por exemplo, locais com capim submerso ou mais espaçado, condição encontrada em represas logo que seu nível começa a subir, inundando  boa quantidade de vegetação que estava fora da água e ainda não cresceu a ou se proliferou.


Boa pra barranco:  o fato do buzzbait não enroscar tanto na superfície torna-o uma ótima opção para quem pratica a pesca desembarcada atrás de peixes como traíras, basses ou tucunarés.

Aspecto técnicos à parte, o fato de trabalhar o tempo todo na superfície coloca os buzzbaits entre as iscas campeãs quando se trata de emoção. Ora tímido e sorrateiros, ora literalmente explosivos, os ataques são sempre visíveis, causando grande descarga de adrenalina independentemente da espécie-alvo. Não tire os olhos da isca em momento algum, mesmo quando ela já estiver bem perto do barco (ou barranco) – o estouro pode acontecer tanto quando a isca aterrissa na água ou está prestes a sair dela!

Dica final: A isca varrerá uma área maior e executará sua ação por mais tempo, levando ao limite a paciência do mais ZEN dos peixes predadores...


TRABALHO TURBINADO:
Modificações e dicas que podem aumentar o poder de atração e captura do seu buzzbait

1 – HÉLICE FURADA: alguns modelos possuem furos na hélice que fazem a isca emitir barulho diferenciado e produzir bolhas ao girar na superfície da água.



2 – CHAPINHA DO BARULHO: há também iscas com uma “chapinha”  presa no arame da isca que bate na hélice quando ela gira e também modifica seu som.


3 – MATERIAL DAS HÉLICES: estas podem ser de metal (as mais comuns) ou acrílico (transparentes), em diversos acabamentos: marteladas (com textura), brilhantes, foscas, pintadas... Há modelos de três pás, que geram um ruído mais “choco” (menor) e cadenciado na superfície.


4 – EM PARALELO: buzzbaits desenvolvidos com duas hélices independentes provocam verdadeira algazarra na superfície, fazendo mais barulho que os de hélice única.


5 – FORMATO DA CABEÇA: as mais achatadas ou finas funcionam como uma quilha que corta melhor a superfície da água, também fazendo com que a isca venha mais rapidamente à tona logo no início do recolhimento.


6 – TITÂNIO: o material, usado em alguns modelos, confere maior flexibilidade e resistência à isca, com a vantagem de ser menos espesso.


7 – TRAILERS: podem ser acrescentados aos anzóis, “turbinando” a isca. Os mais comuns são os grubs, simples ou de cauda dupla (twin-tails).Também é possível acoplar uma lâmina tipo Willow Leaf ou Colorado ao anzol, com o auxílio de um girador e uma argola (split-ring).




8 – AMARRE DIRETO: amarre o lider diretamente ao vértice (extremidade do “V”) do arame, seja ele aberto ou fechado, evitando os snaps (grampos). A isca responderá mais rapidamente aos movimentos executados pelo pescador.


9 – ENDIREITANDO O NADO: se a isca trabalhar pendendo para o lado, basta entortar a hélice para o lado contrário. O correto é que o buzzbait desenvolva uma linha reta na superfície. 


Resumindo a prosa moçada: Isca perfeita pra levantar uma bocuda da sua toca e fazer ela explodir sua isca na flor dágua sem choro! 
Faça uns pinxos com esta isca e depois você comenta neste post pra ver se pegou alguma baitela ou não, ou pelo menos fez alguma Hoplias voar na isca sem fisgar.

Autor da matéria e fotos: CESAR PANSERA - Revista Pesca Esportiva

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

HOPLIAS, SINÔNIMO DE AVENTURA!

AVENTURAR-SE POR TRILHAS COM UMA MOCHILA NAS COSTAS E UM CONJUNTO DE VARAS E CARRETILHAS NAS MÃOS É UMA IDEIA QUE ATRAI VOCÊ? ENTÃO NÃO PERCA A OPORTUNIDADE: O VERÃO É A ÉPOCA CERTA PARA FAZER ISSO, PRINCIPALMENTE QUANDO O ALVO DOS ARREMESSOS É A VORAZ TRAÍRA.
Traíra na Frog, famiiinta como sempre!
Ao alcance da grande maioria dos pescadores de nosso país, lagos, açudes, pequenas represas e até alagados podem ser explorados com as iscas artificiais. E não é necessário estar embarcado para isso! Basta ter disposição e um pouco de espírito aventureiro para percorrer estes locais arremessando paralelamente à margem ou em direção a estruturas um pouco mais afastadas dela. Cantos com capim, drop-offs (degraus submersos), galhadas, píeres, ilhotas e até pequenos córregos que formam os lagos são algumas das estruturas que podem resultar em inesperados e muito bem-vindos ataques.


Dentre todos os nossos peixes de água doce com potencial para propiciar boas pescarias nesse estilo, o topo do pódio é ocupado pela traíra. Capaz de habitar os mais improváveis locais – às vezes, literalmente pouco mais que uma poça d’água – ela marca presença de norte a sul do país. Sua resistência e capacidade de adaptação a grandes oscilações de temperatura e nível de água fazem, em conjunto com o intuito predador inato, explicitado por seus afiados dentes, fazem dela prato cheio para qualquer praticante do baitcasting. E não há época melhor que o verão para fisgá-la pinchando a pé.

SAPOLÂNDIA
Uma vez pescando no barranco, é preciso escolher bem que isca usar. Normalmente, as de superfície são as mais indicadas. Além de proporcionarem o visual dos ataques, dependendo do modelo, não enroscarão em praticamente nenhuma estrutura, por mais que esta seja fechada. O próprio corpo de algumas iscas é propositalmente encostado aos anzóis, tornando-as anti-enrosco (weedless).

Entre os diversos formatos que esse tipo de isca pode assumir, as imitações de sapo são as grandes vedetes. Rígidas ou macias, sua riqueza de detalhes às vezes é tão grande que realmente se parecem com sapinhos reais. Presença quase certa em qualquer alagado, açude ou lago, o anfíbio é presa natural de uma série de predadores associados a esses ambientes. Na água, a traíra é um deles.

Em relação às iscas macias (softbaits) que reproduzem sapos, é importante dizer que as de material mais macio permitem fisgadas mais eficientes. Além de facilitarem a exposição das pontas dos anzóis na hora do strike, elas chegam a se deslocar até a linha com a força da fisgada, facilitando a penetração do anzol na óssea mandíbula das traíras. E para retornar a isca à posição original é fácil, basta puxá-la para baixo, no sentido do anzol.

Logicamente, a dentição superafiada das traíras pode acabar danificando, com a intensidade e quantidade de ataques, qualquer modelo de isca soft, independente de sua consistência. Por isso, é importante possuir na caixa, ou melhor, na mochila, uma boa quantidade. E o ideal é ter um bom leque de cores, pois isso pode ter influencia nos ataques. A principio, faça a diferenciação entre iscas claras e escuras, e coloque-as à prova, lembrando que tons escuros tendem a surtir efeito maior quando a luminosidade é baixa (em dias nublados ou ao entardecer) ou quando a água encontra-se um pouco mais turva que o normal.

Para trabalhar um sapo soft com dispositivo weedless, basta dar toques curtos de ponta de vara, intercalando-os com o recolhimento. Assim, ele virá batendo na superfície da água. Também é possível fazer alguns modelos ”zarearem”, ou seja, trabalharem descrevendo um “Z” na superfície. Intercale o trabalho com paradas repentinas, deixando a isca imóvel por alguns instantes, principalmente nos buracos existentes no meio das estruturas mais fechadas ou em pleno capinzeiro. É nesses pontos que os ataques fulminantes acontecem! Procure também arremessar mais de uma vez no mesmo local. Muitas vezes, a traíra só ataca a isca quando bastante provocada.

SÓ NA SUPERFÍCIE!
Mas não se esqueça de levar consigo alguns plugs tradicionais de superfície. Zaras, hélices e poppers sempre rendem boas capturas desde que os locais explorados por estruturas. Plugs modernos imitam com perfeição, em formato e riqueza de detalhes em sua pintura, os sapos. O ruído interno dos modelos rígidos é outro atrativo extra para as traíras, que não só se orientam pelo barulho para localizar suas presas como se “irritam” pelo som produzido internamente pelas iscas.

Pescar com artificiais de barranco é uma prática que também pode trazer grandes alegrias na captura de outras espécies, como Black bass, tucunaré e peixes de água salgada, como o robalo nas margens de rios e canais costeiros. Caminhando rumo ao mar, barras de rio, costões de pedra e até mesmo praias sempre serão pontos de moradia ou passagem de algum peixe em seu cardápio. Aproveite, o verão é a estação mais do que perfeita para realizar esse tipo de pescaria.


TEXTO E MATÉRIA POR: CESAR PANSERA - REVISTA PESCA ESPORTIVA