quinta-feira, 19 de setembro de 2013

HOPLIAS, SINÔNIMO DE AVENTURA!

AVENTURAR-SE POR TRILHAS COM UMA MOCHILA NAS COSTAS E UM CONJUNTO DE VARAS E CARRETILHAS NAS MÃOS É UMA IDEIA QUE ATRAI VOCÊ? ENTÃO NÃO PERCA A OPORTUNIDADE: O VERÃO É A ÉPOCA CERTA PARA FAZER ISSO, PRINCIPALMENTE QUANDO O ALVO DOS ARREMESSOS É A VORAZ TRAÍRA.
Traíra na Frog, famiiinta como sempre!
Ao alcance da grande maioria dos pescadores de nosso país, lagos, açudes, pequenas represas e até alagados podem ser explorados com as iscas artificiais. E não é necessário estar embarcado para isso! Basta ter disposição e um pouco de espírito aventureiro para percorrer estes locais arremessando paralelamente à margem ou em direção a estruturas um pouco mais afastadas dela. Cantos com capim, drop-offs (degraus submersos), galhadas, píeres, ilhotas e até pequenos córregos que formam os lagos são algumas das estruturas que podem resultar em inesperados e muito bem-vindos ataques.


Dentre todos os nossos peixes de água doce com potencial para propiciar boas pescarias nesse estilo, o topo do pódio é ocupado pela traíra. Capaz de habitar os mais improváveis locais – às vezes, literalmente pouco mais que uma poça d’água – ela marca presença de norte a sul do país. Sua resistência e capacidade de adaptação a grandes oscilações de temperatura e nível de água fazem, em conjunto com o intuito predador inato, explicitado por seus afiados dentes, fazem dela prato cheio para qualquer praticante do baitcasting. E não há época melhor que o verão para fisgá-la pinchando a pé.

SAPOLÂNDIA
Uma vez pescando no barranco, é preciso escolher bem que isca usar. Normalmente, as de superfície são as mais indicadas. Além de proporcionarem o visual dos ataques, dependendo do modelo, não enroscarão em praticamente nenhuma estrutura, por mais que esta seja fechada. O próprio corpo de algumas iscas é propositalmente encostado aos anzóis, tornando-as anti-enrosco (weedless).

Entre os diversos formatos que esse tipo de isca pode assumir, as imitações de sapo são as grandes vedetes. Rígidas ou macias, sua riqueza de detalhes às vezes é tão grande que realmente se parecem com sapinhos reais. Presença quase certa em qualquer alagado, açude ou lago, o anfíbio é presa natural de uma série de predadores associados a esses ambientes. Na água, a traíra é um deles.

Em relação às iscas macias (softbaits) que reproduzem sapos, é importante dizer que as de material mais macio permitem fisgadas mais eficientes. Além de facilitarem a exposição das pontas dos anzóis na hora do strike, elas chegam a se deslocar até a linha com a força da fisgada, facilitando a penetração do anzol na óssea mandíbula das traíras. E para retornar a isca à posição original é fácil, basta puxá-la para baixo, no sentido do anzol.

Logicamente, a dentição superafiada das traíras pode acabar danificando, com a intensidade e quantidade de ataques, qualquer modelo de isca soft, independente de sua consistência. Por isso, é importante possuir na caixa, ou melhor, na mochila, uma boa quantidade. E o ideal é ter um bom leque de cores, pois isso pode ter influencia nos ataques. A principio, faça a diferenciação entre iscas claras e escuras, e coloque-as à prova, lembrando que tons escuros tendem a surtir efeito maior quando a luminosidade é baixa (em dias nublados ou ao entardecer) ou quando a água encontra-se um pouco mais turva que o normal.

Para trabalhar um sapo soft com dispositivo weedless, basta dar toques curtos de ponta de vara, intercalando-os com o recolhimento. Assim, ele virá batendo na superfície da água. Também é possível fazer alguns modelos ”zarearem”, ou seja, trabalharem descrevendo um “Z” na superfície. Intercale o trabalho com paradas repentinas, deixando a isca imóvel por alguns instantes, principalmente nos buracos existentes no meio das estruturas mais fechadas ou em pleno capinzeiro. É nesses pontos que os ataques fulminantes acontecem! Procure também arremessar mais de uma vez no mesmo local. Muitas vezes, a traíra só ataca a isca quando bastante provocada.

SÓ NA SUPERFÍCIE!
Mas não se esqueça de levar consigo alguns plugs tradicionais de superfície. Zaras, hélices e poppers sempre rendem boas capturas desde que os locais explorados por estruturas. Plugs modernos imitam com perfeição, em formato e riqueza de detalhes em sua pintura, os sapos. O ruído interno dos modelos rígidos é outro atrativo extra para as traíras, que não só se orientam pelo barulho para localizar suas presas como se “irritam” pelo som produzido internamente pelas iscas.

Pescar com artificiais de barranco é uma prática que também pode trazer grandes alegrias na captura de outras espécies, como Black bass, tucunaré e peixes de água salgada, como o robalo nas margens de rios e canais costeiros. Caminhando rumo ao mar, barras de rio, costões de pedra e até mesmo praias sempre serão pontos de moradia ou passagem de algum peixe em seu cardápio. Aproveite, o verão é a estação mais do que perfeita para realizar esse tipo de pescaria.


TEXTO E MATÉRIA POR: CESAR PANSERA - REVISTA PESCA ESPORTIVA

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