quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

FROG: A MODA DO VERÃO SÔ!

Aoooooooooooo sertão véio sem porteeeeeera, sô do céu!!!


Hoje to postando uma matéria na íntegra que retirei da revista Pesca & Cia de 2014 que ganhei de um amigo do Facebook chamado Sidney Henrique, que no meu ponto de vista, é um dos mais habilidosos criadores de iscas artificiais (Spinnerbait e Chatterbait) que existe no brasil!



Uma matéria recheada falando sobre as frogs e como utilizá-las e seus truques, eu mesmo li e reli esta matéria pois eu sou simplesmente FANÁTICO por frogs porque como eu só lido com as Hoplias e justamente em lugares onde uma isca comum de barbela e garatéia não chega, esta chega e mostra o serviço em todos os sentidos!


Então ótima leitura para todos aí e também pratiquem viu, pois pescaria é 10% leitura e 90% prática.

NA ÉPOCA MAIS QUENTE DO ANO QUE PODE SER PRATICADA UMA DAS FORMAS MAIS EMOCIONANTES NA PESCA: A COM SAPOS ARTIFICIAS. CONHEÇA AS DICAS PARA MELHORAR ESSA TÉCNICA!


Tudo começa na primavera, quando as rãs saem de suas tocas para o acasalamento, após um longo período de pouca atividade no inverno. Com a chegada do verão, as vegetações aquáticas já estão com­pletamente rentes à superfície, atraindo diversos tipos de insetos e filhotes de peixes que nasceram na primavera e fazem abrigo nes­sas estruturas. Esses seres são um prato cheio para as rãs e pequenos peixes, mas os grandes predadores aquáticos, como o black bass, o snakehead e a traíra, não perdem a oportu­nidade de fazer uma bela refeição. Esse ciclo acontece todos os anos, e é um dependendo de cada espécie para sobreviver.

A VERSATILIDADE DAS PERNAS PERMITE UM MOVIMENTO MUITO REAL DA DAHLBERG FROG, FICANDO BEM PRÓXIMO DE UM SAPO DE VERDADE!

Se você não observar todos os de­talhes que ocorre na natureza, será difícil saber qual a artificial ideal para aquele momento. Um simples soprar do vento, um inseto voando, um movimento nas vegetações, ou até mesmo que o dia esteja silencioso, isso pode ser uma pista.

AS VEGETAÇÕES ATRAEM O BLACK BASS E A TRAÍRA, TORNANDO ESSES LOCAIS IDEAIS PARA A PESCA COM FROGS ARTIFICIAIS.

Tudo o que está na superfície ou quase rente a ela é uma presa em potencial. Não há como fugir do predador e, mesmo que a presa ve­nha a dar um salto, logicamente irá retornar novamente para água, e o predador é ciente disso. 
Com os insetos e rãs boiando de­baixo das copas das árvores rente à superfície, ou sobre as vegetações, as técnicas do mushi (inseto em japonês) ou frog são fatais, sendo que nesta reportagem destaco o uso desta segunda opção, suas técnicas, variedades e sua origem.

A PRIMEIRA 

Em 1890, James Heddon começou a esculpir num pedaço de madeira a sua primeira isca artificial. Em 1902, James Heddon fundou sua companhia na cidade de Dowagiac, em Michigan (EUA), tornando-se a pioneira ou uma das pioneiras na produção de iscas artificiais.

JAMES HEDDON, O PAI DE UMA DAS MARCAS MAIS IMPORTANTES NA PESCA ESPORTIVA ATUAL

Na década de 50, Heddon Brand Lure produzia mais de 12.000 iscas por dia, para serem distribuídas nos Estados Unidos e no Canadá. Em 1932 fez seu primeiro modelo à base de plástico duro, que recebeu o nome de Spook (fantasma) devido à sua transparência e brilho. Passados alguns anos, surgiu a renomada isca que é conhecida mundialmente, a Zara Spook, muito utilizada no Brasil para capturar os tucunarés. Já o primeiro sapo feito por James Heddon foi em 1898, antes da funda­ção de sua companhia, quando teve a ideia de pegar um cabo de vassoura e fazer o primeiro anfíbio, mas não havia nenhuma semelhança com as imitações de sapos atuais. Pelos rela­tos, era uma isca com duas garateias e trabalhava na superfície com pouca ação nos seus movimentos.

A PRIMEIRA FROG CRIADA POR JAMES HEDDON ERA ALGO DESSE TIPO
James testou sua artificial num pequeno lago, que teve o sucesso ao engatar alguns basses, mas infeliz­mente não se tem nenhuma imagem ou desenho dessa artificial. 

ATUALMENTE... 

No Japão, na década de 80, os japo­neses começaram a usar os frogs de plástico maleável e oco na captura dos basses e principalmente do snakehead, que tem hábito similar ao da traíra. Sua pesca acontece apenas no verão. A espécie fica quase rente à superfície entre as vegetações, para atacar as presas e respirar, pois possui o mesmo sistema respiratório do pirarucu.

O SNAKEHEAD É UM DOS PEIXES MAIS ESPORTIVOS QUE EXISTEM, MAS QUE NOS EUA ELE ESTÁ SENDO EXTERMINADO POR SER UM PEIXE INVASOR E QUE DEVORA OS PEIXES NATIVOS.

É um peixe que não se intimida, e tudo que se move na superfície no meio das vegetações vira comida, principalmente as rãs, sapos, patos, cobras e até mesmo o bass. 
Na década de 80, eram muitos os adeptos dos frogs para a captura do snakehead, mas hoje essa história vem mudando. A cada dia está mais difícil capturar, devido às poluições e o extermínio legalizado dessa espécie.

Com a falta de pescadores dessa modalidade, as marcas de equipa­mentos de pesca desenvolveram frogs especialmente para os black bass. Dos frogs desenvolvidos para o bass de plástico maleável oco, alguns possuem um corpo mais compacto, outros possuem lâminas, rubbers acoplados em seu corpo ou até boca tipo popper. Também encontramos frogs feitos totalmente de silicone, apresentando muito realismo em seus movimentos e aparência. No entanto, por ser uma isca que evita o enrosco nas densas vegeta­ções, já que o anzol está protegido pelo formato do seu corpo, o frog apresenta duas desvantagens. 

A primeira é que o anzol duplo não possui farpas, facilitando a fuga do peixe no momento do salto. Por isso, depois de fisgar, mantenha a linha esticada e a ponta da vara para baixo, evitando o salto do animal. 

A segunda é o seu pouco peso. A maioria dos frogs flutua com seu cor­po reto totalmente na superfície. No momento do ataque do peixe, o frog se desloca do lugar, dificultando que a artificial entre na boca do animal, principalmente para os predadores que atacam por sucção.

AS TRAÍRAS SÃO FASCINADAS POR FROGS
Todos os frogs possuem pesos in­ternos, mas há uma necessidade de turbinar, adicionando mais pesos ou mudando a sua posição, para evitar que a isca saia do lugar no momento do ataque. Essas alterações permitem um ataque certeiro, porque o frog fica em maior contato com a água. Já quanto aos frogs que têm rub­bers acoplados em seu corpo, não recomendo fazer essa mudança. Deixe-os como vêm de fábrica, para que os rubbers fiquem suspensos, imitando as pernas de um inseto ou de uma rã.

ALGUNS MODELOS 

Entre os modelos de frog japone­ses mais famosos estão o Jiraiya, da Imakatsu, e o Iobee, da Jackall. O primeiro imita mais um inseto do que uma rã, devido aos rubbers aco­plados na sua parte traseira e dianteira. Uso em lugares limpos, ou debaixo das copas das arvores que estão quase rente à superfí­cie. Se por aca­so a isca passar entre os galhos, a possibilidade dela de enroscar será mínima. Sombra e água fresca são o se­gredo para cap­turar o bass no verão, e geral­mente os bitelos estão debaixo das copas das ár­vores. Além da sombra, o preda­dor percebe que as árvores são lugar de descan­so para muitos insetos, e lá ele fica, aguardando um inseto cair. 

AS FROGS DESELVOLVIDAS PARA A CAPTURA DOS BLACK BASSES PODEM SER FEITOS DE PLÁSTICO MALEÁVEL E ATÉ POSSUIR LÂMINAS. DA ESQUERDA PRA DIREITA AS ISCAS: JIRAYA, SPINTAIL FROG E POPPER FROG.
Costumo lançar o frog embaixo da copa e deixo a isca parada por vários segundos, esperando que as pernas de borracha entrem em ação. Logo em seguida, recolho dando alguns toquinhos de vara, provocando o instinto da presa. Em certos casos, a transparência da água mais a ação mal feita na artificial e o ras­tro da linha na superfície impen­dem que o bass ataque a isca. Para driblar esse problema existe uma técnica que é muito eficaz: o cable action. Lance a artificial em um graveto bem fino, dei­xando que ela fique pendurada até tocar na su­perfície, como se fosse um guin­daste. Comece a dar vários to­quinhos, fazendo com que a isca suba e desça ba­tendo na super­fície várias vezes. 

As ondulações produzidas pela batida do frog na superfície, sem o rastro da linha na água, são irresistíveis para o bass. Para essa técnica use uma linha de 16 ou 20 lb de fluorcarbono, para garantir que a linha não se rompa ao se desprender do graveto. No verão passado tive grandes resultados usan­do o frog Iobee na vegetações menos densas e fechadas que estavam na superfície. Arrastava o frog sobre as vegetações e recolhia lentamente ou dava uma pausa em cada pocket, com a ajuda dos rubbers que esse frog tem e que imitam as pernas de uma rã. 

MÃO NA MASSA 

Quando eu sei que no local existe a presença do snakehead, vou com um equipamento mais reforçado. Por ser um peixe de dentes afiados, semelhantes ao da traíra, e não abrir a boca de jeito nenhum quando abocanha a sua presa, normalmente costumo usar um frog barato, mas fazendo algumas modificações. 

Para tornar o frog mais atrativo para traíras e basses vamos precisar de um rolo de fio de solda, um blade modelo colorado do tamanho médio ou pequeno, duas argolas, um girador e cola epóxi (ou araldite). 

Se o frog possuir a cauda de si­licone, corte-a e deixe apenas um pedaço para vedar o orifício. Prefiro arrancar toda a cauda, para melhorar o equilíbrio da artificial e a posição do peso, mas isso vai de cada gosto. Depois de cortar, puxe o anzol para fora e retire o peso original. Em segui­da, enrole o fio de solda na haste do anzol até atingir o peso ideal. 
O passo seguinte é o de prender um girador ligado a dois split rig. Na outra extremidade coloque o blade da cor de sua preferência. 


Coloque novamente o anzol du­plo dentro do corpo, e junte os dois anzóis com um alicate de ponta fina para passar os split rig em cada um. Após essa operação, retorne o anzol duplo na sua posição normal e verifique se eles estão com as suas pontas escondidas no corpo. 

Certifique-se que a isca fique com a sua parte traseira imersa um pouco mais da metade do seu corpo, seme­lhante à posição de um stick bait. Não esqueça de calcular o peso do epóxi para tampar o orifício e sobre o fio enrolado na haste da isca. Com o peso já regulado e o blade passado entre os anzóis, cubra com a cola todo o fio de solda que foi enrolado na haste do anzol e espere secar. Depois de seco, intro­duza novamente o an­zol duplo no corpo do frog, e feche o orifício com o epóxi, e espe­re secar até ficar duro como uma pedra. 

Por fim, com uma linha de multifilamento enrole bem o corpo da isca na haste do anzol. Agora é só testar. 

Prepare outro frog com menos peso para usar nos lugares mais limpos. Lembre-se de que a isca deve ficar na posição de um stick bait para que o frog tenha boas ações na superfície. 

EQUIPAMENTOS 

Costumo usar uma vara de 7' para linha de 35lb. Recomendo que use uma linha de multifilamento de 60Lb e na ponta dela ponha uma linha dupla de 15cm feita com o nó Bimini Twist. Para amarrar o snap faça a amarração Offshore Swivel, o que vai evitar que o peixe, como o snakehead, escape, pois caso corte uma das linhas sobrara a outra. Vale ressaltar que é necessário uma linha resistente, para poder arrancar o bigbass ou snakehead dessas estru­turas. A linha grossa será camuflada por causa da vegetação. 

A lâmina será um atrativo para o predador quando estiver sendo usado em lugares limpos, perto de galhadas, e rente às vegetações da margem. Em lugares limpos ou abertos rente à margem, utilize uma linha de monofilamento de 12 ou 14 lb, que, por ter elasticidade e flutuar, ajudará na ação dessa isca artificial.

No recolhimento, o blade entra em ação e em cada toque de vara a isca mergulha e retorna para a superfície. O verão no Japão é curto, mas chega a ser insuportável. Os me­lhores horários seriam na parte da manhã ou ao entardecer, quando isso acontece os bigbasses ficam mais ativos nas partes mais rasas. 

UM PEQUENO CABO DE AÇO RESOLVE OS PROBLEMAS DE CORTES PELOS DENTES DA TRAÍRA OU SERRILHA DO BASS.

Aqui, usar um frog comum onde as folhas das vegetações estão quase alcançando a superfície não teria bons resultados por causa das ondas causadas pelo vento, que atrapa­lham a ação da artificial. O popper frog nesse caso é mais in­dicado. Suas bo­lhas na superfície, cortando as ma­rolas, e seu som grave produzido durante o seu tra­balho tornam a oportunidade do pescador pegar o peixe na superfície bem provável. O modelo da Evergreen possui rubbers e uma argola na sua parte traseira, caso o pescador queira acoplar um blade para deixar a artificial mais chamativa. Em locais com ondas, prefiro tirar os rub­bers, para não atrapalhar a ação dessa isca artificial nessas condições.

POR QUE USAR POPPER FROG? 

Durante toda minha vida toquei instrumentos musicais, analiso cada som e procuro deixar o som do palco bem equalizado. Muitas vezes não prestamos muita atenção nos sons que as artificiais produzem, mas isso é muito importante para o pescador. O som agudo é alto e irritante, mas sempre percorre em linha reta e a qualquer barreira, ou seja, uma estrutura, o som é bloqueado.

É UMA DAS ÚNICAS ISCAS QUE REALMENTE FUNCIONA NO MEIO DA  VEGETAÇÃO  PARA A TRAÍRA

O som grave produz fortes ondula­ções, e é o único que se espalha por todos os lados numa longa distância, e nada impede que esse som per­corra. Vou dar um exemplo: se um carro com um subwoofer estiver do lado de fora só ouviremos as batidas do grave da música, e dificilmente escutaremos os outros sons. 

O som produzido pelo popper é sentido no corpo do animal mesmo estando no fundo ou distante do lo­cal, atraindo o peixe para a superfície. Um detalhe importante é que em certos casos uma isca com rattling causa efeito inverso. Em vez de atrair o animal, acaba espantando e é por essa razão que as iscas de madeira e principalmente os frogs que não pos­suem rattle obtêm melhores resultados. 

O PESCADOR FÁBIO TATSUKAWA MOSTRANDO UM BELÍSSIMO EXEMPLAR DE BLACK BASS PESCADO NO JAPÃO

Espero que minhas dicas venham a ajudar nas suas pescarias. Procure realizar as mudanças no seu frog e você perceberá a diferença. Em boa parte das minhas artificiais eu costumo alterar para deixar a isca mais produtiva para cada situação Não é apenas comprar na loja e usar Comece a analisar cada modelo, e veja qual a melhor forma com que ela pode ser usada. Você não vai perder nada, só irá adquirir mais co­nhecimentos, experiências e técnica.

Fonte: Revista Pesca & Cia - nº 230 - Fevereiro 2014

Autor: Fábio Tatsukawa


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